SDO Moçambique


A pandemia da Covid-19 trouxe ao nosso quotidiano, novos estilos de vida, hábitos e novas tendências para todo o mundo. Com o confinamento, tanto por motivos pessoais e profissionais, passámos a ficar muito mais tempo ligadas às redes sociais e às plataformas de comunicação online, fazendo com que aumentassem e surgissem novas oportunidades no universo digital, como é o caso das vendas online e das famosas lives / transmissões online em directo.

Quando vários países começaram a decretar o estado de emergência, as empresas sentiram a necessidade de manter o contacto com os seus colaboradores, agora colocados em teletrabalho, as organizações procuraram alternativas aos seminários e workshops presenciais, impossíveis de realizar neste contexto, e cada um de nós sentiu a premência de manter o contacto com os seus familiares e amigos, para superar a impossibilidade do contacto pessoal.

Assim, o recurso ao digital entrou no nosso quotidiano, instalando-se nas nossas vidas, sem pedir autorização e sem que estivéssemos – nós, as empresas e as instituições – preparados para as receber e gerir a sua utilização adequadamente.

Em particular, um dos casos com mais enfoque, são as ‘famosas’ lives, quer sob o formato de conferências onlinewebinars ou simples reuniões, que começaram a virar moda. Existem lives para diversas áreas, tais como entretenimento, educação, coaching, e outras, muitas das vezes com objectivos pouco claros e com uma organização e gestão bastante deficiente.

Se inicialmente a adesão a estes eventos granjeava grandes níveis de adesão, porque introduzia uma nova realidade e a curiosidade motivava em grande parte a participação, até pela expectativa de que iria permitir um nível de interacção mais generalizada, o conjunto dos factores atrás enunciados, tem conduzido a uma diminuição gradual do número de participantes. Em particular, uma das causas mais relevantes para este desinteresse é a falta de oportunidade dada a quem se junta a essas lives, de nelas participarem efectivamente, já que, geralmente, o espaço de intervenção é residual ou esporádico e, mesmo os comentários, ideias, questões ou contribuições colocados no chat não recebem o devido feedback nem sequer são colocados à discussão. Isto torna a comunicação unilateral, enquanto as redes sociais são plataformas potencialmente promotoras da interactividade.

Do ponto de vista tecnológico, não é difícil lançar uma live. Basta ter uma conta em alguma rede social, ter uma ligação de internet com suficientes megabytes e começar a mostrar o que sabe fazer para o mundo, qual especialista não importa em que área. Mas como gerir eficazmente uma live, com interesse e mobilizadora dos participantes?

Na Internet pode encontrar hoje muitos modelos, processos e dicas sobre como organizar uma live, até especificamente em função da plataforma de comunicação que pretende usar. Nós deixamos-lhe aqui algumas preocupações que não pode deixar de ter:

  • Defina bem o tema e o interesse que ele pode despertar no grupo alvo a que se pretende dirigir;
  • Construa um índice de assuntos a abordar sobre esse tema, e o tempo de duração em que a live estará online;
  • Escolha um conjunto de convidados, com qualidade e conhecimento sobre o tema definido, num número ajustado ao tempo que destinou para a live, e distribua os diferentes assuntos pelos convidados escolhidos;
  • Identifique um moderador para a live, com capacidade de comunicação e, preferencialmente, experiência, que assuma a gestão e dinamização da sessão;
  • Divulgue a live através dos meios de comunicação e plataformas apropriadas e que garantam uma maior abrangência;
  • Nessa comunicação, apresenta o tema e os assuntos essenciais que irão ser abordados, identifique os convidados que irão abordar os temas, defina os horários para as intervenções e para o debate aberto, bem como as condições de participação e o processo de inscrição;
  • Nos dias antes da live, comunique com os inscritos relembrando o dia e a hora, e a forma de acesso a ela nesse dia;
  • Para o bom funcionamento da live, garanta uma boa infra-estrutura tecnológica de suporte e com uma internet com capacidade para garantir uma comunicação fluente;
  • Por fim, cumpra os horários, respeite a agenda estabelecida e, não se esqueça, garanta a oportunidade e o tempo para a intervenção dos participantes, para o debate e para lançar as questões que, entretanto, tenham sido colocadas no chat. 

As lives serão sempre bem-vindas, mas é necessário que os aspectos mencionados, e outros que a sua especificidade requeira, sejam garantidos e progressivamente melhorados para que os seus objectivos sejam alcançados e o evento seja agregador e aporte valor aos promotores e aos participantes.

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